Ecopublicidade: o papel do governo e da publicidade em salvar o planeta - descubra como você pode fazer parte dessa revolução!

O conceito de sustentabilidade e ecologia já não pode mais ser tratado como uma mera escolha individual ou uma tendência passageira de marketing. A atual crise ambiental exige uma postura proativa de todos os setores da sociedade, especialmente do governo e do Estado, que têm o papel fundamental de regular e incentivar práticas sustentáveis. Entretanto, para que essa promoção da sustentabilidade seja efetiva, ela precisa ser amplamente divulgada e integrada no cotidiano das pessoas, e é aqui que a publicidade sustentável, ou ecopublicidade, desempenha um papel crucial.

A natureza em harmonia com o ser humano: uma visão sobre a conexão entre sustentabilidade e a preservação do planeta. Promover o equilíbrio ambiental é promover a vida.

Os dados não mentem: a emissão de carbono, o uso desenfreado de recursos naturais e a produção excessiva de resíduos estão levando o planeta a um ponto de não retorno. Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), é imperativo reduzir as emissões globais em 45% até 2030 para evitar um aumento catastrófico de 1,5ºC na temperatura global (IPCC, 2021). Campanhas de ecopublicidade podem influenciar diretamente o comportamento do consumidor, promovendo práticas de consumo consciente e incentivando a adesão a produtos ecológicos. É uma forma de garantir que o mercado esteja alinhado com os valores ambientais e sociais que precisamos adotar para garantir a sobrevivência do planeta.

Por outro lado, a responsabilidade do Estado em promover e regulamentar a sustentabilidade vai além de campanhas de conscientização. O governo precisa criar políticas públicas robustas e aplicáveis que priorizem a sustentabilidade. Programas como o “Fortaleza Cidade Sustentável” são exemplos de como é possível integrar o ambiente natural ao ambiente construído, promovendo um desenvolvimento urbano que respeita o ecossistema. Contudo, essas ações precisam ser ampliadas e melhor divulgadas, atingindo não apenas nichos de mercado, mas a população em geral. O acesso a informações sobre essas políticas, além de campanhas educativas como as promovidas pela Secretaria do Meio Ambiente (SEMA), pode transformar hábitos de consumo de uma forma duradoura e significativa.

Ainda assim, é crucial que a mensagem seja clara: a responsabilidade ambiental não pode ser vista como um favor ou um esforço opcional. A negligência com práticas sustentáveis por parte de grandes corporações e governos tem impactos devastadores. Estudos mostram que, se mantido o padrão atual, até 2050 teremos mais plástico do que peixes nos oceanos (Ellen MacArthur Foundation, 2016). Esse dado não pode ser ignorado.

É preciso criar campanhas publicitárias que tenham como foco a conscientização e a criação de novos hábitos de consumo. A publicidade deve ser uma ferramenta de transformação, capaz de inspirar mudanças comportamentais que favoreçam a sustentabilidade. E mais: o Estado deve garantir que essas campanhas alcancem o maior número possível de cidadãos, usando as novas mídias digitais para reduzir o impacto ambiental da própria publicidade e aumentar o alcance das mensagens.

Como podemos ver nos exemplos de sucesso da Coca-Cola com sua iniciativa de reciclagem World Without Waste e da Unilever com suas estações de recarga Refill Stations, essas ações não só trazem benefícios ao meio ambiente, mas também geram valor para as empresas e para a sociedade. Mas tais iniciativas não podem ficar restritas a grandes corporações. Elas precisam ser amplamente incentivadas e implementadas, inclusive pelas pequenas e médias empresas, com apoio governamental.

Ao final, cabe a todos nós cobrar que o Estado assuma seu papel de facilitador e regulador da sustentabilidade. E que as empresas, por meio de campanhas de ecopublicidade, utilizem seu poder de alcance para educar e engajar a sociedade em um novo paradigma de consumo responsável.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ELLEN MACARTHUR FOUNDATION. The New Plastics Economy: Rethinking the future of plastics. Ellen MacArthur Foundation, 2016. Disponível em: <https://www.ellenmacarthurfoundation.org/publications/the-new-plastics-economy-rethinking-the-future-of-plastics>. Acesso em: 20 out. 2024.

IPCC. Sixth Assessment Report. Intergovernmental Panel on Climate Change, 2021. Disponível em: <https://www.ipcc.ch/report/sixth-assessment-report/>. Acesso em: 20 out. 2024.