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Inteligência Artificial: entre o fascínio e a realidade - uma reflexão sobre a conexão humana e tecnológica


Ilustração de uma cidade futurista com elementos de inteligência artificial, como telas digitais, robôs e padrões de redes neurais, integrados às atividades humanas. A cena mostra pessoas diversas interagindo com tecnologias, simbolizando a adaptação social e o impacto emocional.
A integração da inteligência artificial na sociedade: um cenário futurista que captura a convivência entre humanos e tecnologia, refletindo tanto o fascínio quanto os desafios dessa adaptação


Nos últimos anos, a integração da inteligência artificial (IA) na sociedade tem se mostrado um dos temas mais discutidos, tanto no campo da inovação quanto no da ética. A IA promete transformar nossa vida cotidiana, mas será que estamos realmente preparados para lidar com suas implicações? A partir de um relatório pessoal meu do Google, sobre minhas construções textuais, observei que temas complexos, como o paradigma conexionista, despertam interesse teórico, mas carecem de engajamento prático, refletindo um distanciamento entre o público geral e a compreensão dessas tecnologias avançadas.


Explicando: o paradigma conexionista, que remonta aos estudos de redes neurais artificiais, destaca-se por tentar replicar o funcionamento do cérebro humano através de modelos computacionais (Rumelhart et al., 1986). A abordagem conexionista ganhou força ao permitir que a IA se desenvolvesse em áreas como o aprendizado de máquina e o processamento de linguagem natural. No entanto, a baixa taxa de cliques em pesquisas sobre o tema reflete uma lacuna educacional significativa: as pessoas ainda não se sentem conectadas ou suficientemente informadas para se envolver com essa complexidade.


Nicholas Carr (2010), em seu livro "The Shallows: What the Internet Is Doing to Our Brains", argumenta que a integração constante de tecnologias está mudando a forma como pensamos, mas não necessariamente para melhor. Carr (2010) critica como as interações superficiais com a informação, facilitadas pela internet e pela IA, limitam nossa capacidade de reflexão profunda. Este fenômeno se reflete nas estatísticas do Google: enquanto o interesse pelo conceito de IA cresce, o envolvimento real, que exige uma compreensão mais profunda, fica aquém.


Além disso, o filósofo Byung-Chul Han (2014), em "Sociedade do Cansaço", alerta sobre os impactos psicológicos da era digital, argumentando que a constante pressão para se adaptar a novas tecnologias gera uma sociedade exausta e ansiosa. Han aponta que a IA não só promete avanços, mas também impõe uma carga emocional e cognitiva sobre os indivíduos, levando a um cenário no qual o tempo para a reflexão é substituído pela necessidade de estar constantemente atualizado. A ausência de cliques e a falta de engajamento nas pesquisas sobre o paradigma conexionista indicam que a promessa de uma conexão mais inteligente ainda não se traduz em uma experiência acessível ou motivadora para o público geral.


Para construir um futuro no qual a IA sirva para ampliar as capacidades humanas e não apenas reproduzir nossas limitações, é crucial promover uma educação mais acessível e crítica sobre esses sistemas. A integração da IA na sociedade deve ir além da implementação técnica, envolvendo uma reflexão ética e filosófica sobre seu impacto no cotidiano. Conforme ressaltado por Floridi (2014), em "The Fourth Revolution", precisamos repensar nossa relação com a informação e com a própria IA para garantir que ela realmente agregue valor à experiência humana.


Referências Bibliográficas


Carr, N. (2010). The Shallows: What the Internet Is Doing to Our Brains. W.W. Norton & Company.


Floridi, L. (2014). The Fourth Revolution: How the Infosphere is Reshaping Human Reality. Oxford University Press.


Han, B.-C. (2014). Sociedade do Cansaço. Vozes.


Rumelhart, D. E., McClelland, J. L., & PDP Research Group. (1986). Parallel Distributed Processing: Explorations in the Microstructure of Cognition. MIT Press.

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